quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Saudades do meu pai



Hoje é véspera de um outro dia qualquer e eu estou triste. Acordei com saudade do meu pai. Sua simplicidade falava-me de um Deus que mora na ternura e que acolhe. Sua sabedoria falava-me de um Deus que não julga, mas compreende; que não afasta, mas ama. Caí algumas vezes , mas eu sabia que ele estava ali para qualquer arranhão mais doloroso. E agora ele não esta mais aqui comigo. Está em mim, porque trago muito do que ele deixou. Mas não me abraça. Não sorri pra mim. Não mim diz coisas que cicatrizem as minhas feridas. Tenho saudade do meu pai: de ver a sua luta diária com seus animais e seu café, de chegar na roça e vê-lo tirando leite no curral ou deitado no sofá na hora da ave-maria, do encantamento que ele tinha por alguns personagens da novela, dois quais ele tirava o nome para suas criações, da cara constrangida que ele fazia quando eu o abraçava e o beijava. Meu pai lutou e sofreu muito, mas também contabilizou muitas, mas muitas vitórias, do nada se erguia e ao nada voltava algumas vezes e se reerguia novamente. Mas Minha Fortaleza partiu para junto de Deus. Eu entendo que estamos aqui de passagem. Tenho fé que há um outro porvir, um lindo céu, que nos aguarda, mas isso não retira de mim a saudade que dói.
Eu acredito em Deus e acreditando em Deus e no amor que ele tem por nós não posso acreditar que ELE nos trataria como um brinquedinho que, quando velho ou estragado, se joga fora e se coloca outro no lugar. Fomos feito para muito mais do que isso, de fato Deus não nos fez para o nada, mas para a plenitude, e a plenitude é complexa demais para que nossa razão saiba explicar.
Mas ainda sabendo disso doí mais doi muito não ter mais ele aqui.

Adaptado do livro Carta entre amigos de Pe Fabio e Gabriel Chalita

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